Projeto Maternagem, Cárcere e Afeto promove tarde de cinema para mães privadas de liberdade e seus filhos
“Foi uma experiência única, que me deu forças para continuar. Há mais de um ano não via meus filhos, e esse momento trouxe renovação e esperança”. O relato emocionado de uma das participantes traduz o sentimento que marcou a tarde desta quarta-feira (29), em São Luís, durante uma sessão especial de cinema que reuniu mães privadas de liberdade e seus filhos, fora dos muros do sistema prisional.
A atividade foi promovida pelo projeto “Maternagem, Cárcere e Afeto”, iniciativa da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), executado pelo Núcleo de Execução Penal (NEP). O encontro teve a participação das defensoras públicas Maiele Morais e Julyana Patrício, além da da assistente social Yasmin Pereira e da psicóloga Patrícia Oliveira.
Para a defensora pública Maiele Morais, idealizadora do projeto, a iniciativa vai além do momento de lazer. “A maternidade e o encarceramento são temas que atravessam famílias e infâncias. A Defensoria tem o papel de proteger esses laços, garantindo que o amor e o afeto mantenham as famílias unidas, mesmo diante da privação de liberdade”, destacou.
Durante a exibição, mães e filhos compartilharam abraços, sorrisos e lágrimas de emoção, em um encontro que reforçou o poder do afeto como instrumento de reconstrução de vidas. A assistente social Yasmim Pereira destacou o caráter simbólico da ação. “No cinema, as histórias se tornam experiências — experiências de afeto e fortalecimento de vínculos entre mães privadas de liberdade e seus filhos”.
O evento contou com o apoio da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (SEAP) e do Sesc Maranhão. Representando a SEAP, Josinalva Ferraz ressaltou o impacto positivo da vivência para a saúde emocional e social das internas. “Essas experiências fora do ambiente prisional contribuem para o bem-estar e para a saúde mental das mulheres, além de estimular comportamentos mais saudáveis dentro do cárcere”.
O projeto “Maternagem, Cárcere e Afeto” tem como objetivo estimular e fortalecer os vínculos entre mães encarceradas e seus filhos, garantindo o exercício pleno dos direitos de ambos. A ação também integra a programação alusiva ao Mês das Mães e ao Mês da Defensoria Pública.
Entre as atividades desenvolvidas estão rodas de diálogo, visitas domiciliares e diagnósticos sociais das famílias, com foco em questões como registro civil, guarda, alimentos, saúde e educação.