Defensor-geral do Estado recebe carta-demanda do projeto Menina Cidadã

    O defensor público-geral do Estado, Alberto Bastos, recebeu uma carta-demanda de reivindicações das representantes do projeto Menina Cidadã, durante audiência realizada nesta quinta-feira (25). O documento do coletivo lista uma série de propostas de ações e políticas públicas, identificadas pelas meninas do coletivo na macrorregião da Cidade Operária, em São Luís, para garantir melhorias para a população da localidade.

    O projeto “Menina Cidadã” é conduzido pela Fundação Justiça e Paz se Abraçarão e mantém parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Por meio da iniciativa, que fortalece as habilidades das jovens como líderes de suas comunidades, são realizadas oficinas, atuação com o sistema de garantia de direitos, produção de encontros comunitários, atividades de escuta acolhedora e exercícios de comunicação não violenta, entre outros.

    Também para garantir melhorias na região em que moram, as meninas do coletivo realizaram um levantamento das principais demandas da macrorregião da Cidade Operária, que culminou na carta-demanda que está sendo entregue a diversas autoridades competentes.

    Durante a audiência com o defensor-geral do Estado, as meninas fizeram a leitura do documento e solicitaram a adoção de providências por parte da DPE/MA, dentro de suas atribuições, para contribuir para o enfrentamento de violações de direitos na região onde elas vivem, principalmente nas questões relacionadas à violência de gênero.

    O defensor-geral Alberto Bastos parabenizou a iniciativa do coletivo e reiterou o compromisso da DPE/MA com as comunidades da macrorregião da Cidade Operária, onde já vem sendo promovidos atendimentos itinerantes. “Neste encontro entre a Defensoria Pública e as meninas do projeto, queremos deixar um recado muito claro: estamos abertos e iremos trabalhar para que elas consigam atingir seu objetivo de implementar políticas públicas na região. Já estamos realizando atividades a cada 15 dias na localidade e vamos desenvolver outras ações com foco na atuação coletiva em prol da educação e da saúde, inicialmente”, afirmou.

    Responsável pela realização de atividades na região da Cidade Operária, o defensor público Davi Veras comentou um pouco do significado do ato de entrega da carta-demanda. “Vocês enfrentam desafios todos os dias por causa das questões de gênero, de classe e de raça e vocês estarem aqui tem um significado enorme. Quando vocês se mobilizam, as coisas começam a acontecer. Vocês encontram pessoas receptivas, como na DPE, e estarão pautando o trabalho das instituições para atender às demandas da população”, ressaltou.

    Representando o projeto Menina Cidadã, a jovem Adrielle Souza compartilhou o sentimento em ocupar os espaços nas instituições onde a carta-demanda está sendo entregue. “É muito importante estarmos aqui hoje sendo porta-vozes de muitas outras meninas da região onde vivemos. A carta conta um pouco das nossas dores e do que vivemos numa realidade precária onde muitos direitos básicos não são garantidos. Por isso, esperamos ter muitas outras oportunidades como essa para reivindicar nossos direitos”, pontuou.

    Também presente no encontro, a chefe do escritório do Unicef em São Luís, Ofélia Silva, destacou que a Defensoria Pública do Estado foi a primeira instituição a dar um retorno às demandas colocadas pelas jovens do projeto e frisou a importância da iniciativa para a mudança de realidade nas comunidades. “Com essa jornada do projeto, teremos mais lideranças de meninas jovens, afrodescendentes e dos bairros mais vulneráveis de São Luís. Isso traz uma nova dinâmica de diálogo social. Agora, são os próprios jovens e adolescentes que amadurecem a proteção dos direitos de crianças e adolescentes, por exemplo”, disse.

    Também prestigiaram o encontro a co-vereadora do Coletivo Nós, Flávia Almeida, o especialista de Educação e Proteção do Unicef, Ângelo Damas, a assessora da Proteção Básica da Semcas, Maria dos Reis Araújo Sousa, a coordenadora do Cras da Cidade Olímpica, Natália Durans, a superintendente da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, Elivânia Estrela, e os representantes do Conselho Tutelar da Cidade Operária, Clara Farias e Diego Mesquita.

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