DPE recebe encontro para debater o combate ao racismo religioso no Maranhão

    No mês marcado pelas manifestações em torno do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a Defensoria Pública do Estado do Maranhão abriu as portas para receber o Ipadê, uma agenda interinstitucional idealizada pelo Coletivo Dan Eji, com a correalização da DPE/MA, DPU/MA, Comitê de Diversidade do TJMA e Ministério Público do Trabalho (MPT). A iniciativa também conta com o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviços (CESE), do Fundo Elas e do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH).

    O seminário aberto nesta quarta-feira (23) e seguirá até a próxima até sexta-feira (25), com a proposta de construir estratégias de enfrentamento ao racismo religioso no Maranhão. O encontro ocorre no auditório da sede da DPE/MA, no bairro do Renascença, em São Luís.

    “Essa troca é essencial. A nossa casa está aberta para os diálogos que possam transformar a sociedade, mas nós também precisamos nos transformar enquanto instituição do sistema de Justiça. E reforço que ocasiões como esta serão cada vez mais frequentes por aqui”, enfatizou o defensor público-geral, Gabriel Furtado.

    A recepção dos convidados foi realizada ao som de Andrea Frazão, Ogãs e Abatazeiros. Já na abertura do evento, houve um ritual das lideranças religiosas de terreiros, a execução do hino nacional ao som de tambores, além de uma intervenção artística com Débora Poeta e a apresentação das Caixeiras do Divino Família Menezes.

    Na mesa de abertura do Ipadê, além do defensor-geral Gabriel Furtado, também estavam: a defensora pública federal Lorena Falcão (DPU/MA); a juíza estadual Elaile Silva Carvalho, do Comitê da Diversidade do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA); o promotor de Justiça José Marcio Maia Alves, do Ministério Público do Estado (MPMA); Célia Salazar, Secretaria Estadual da Mulher; Amanda Costa, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular; Suely Cordeiro Ferreira, da Secretaria de Direitos Humanos do município de Paço do Lumiar; Iyá Jô Brandão, coordenadora do Coletivo Dan Eji; Babatundê Ogum Gimi, que é nigeriano, babalaô e sacerdote de Ifá; e Benedito Gomes, da Federação de Umbanda e Cultos Afros do Maranhão.

    “Com esse encontro, vamos construir estratégias de enfrentamento ao racismo religioso no Maranhão, por isso, é um evento muito importante, porque ele constituiu parcerias e a gente está realizando tudo de forma de forma conjunta. Nesse momento, em que esses casos de racismo têm se acirrado no estado, é preciso pensar nas iniciativas concretas, queremos a elaboração de propostas de políticas públicas eficazes”, declarou Iyá Jô Brandão, coordenadora do Coletivo Dan Eji

    Ao todo, no primeiro dia de evento, foram realizados 2 painéis: um com a participação de representantes das religiões, que falaram sobre casos de violência por intolerância que vêm sofrendo, e com representantes dos órgãos do sistema de Justiça (DPE, DPU, MPE e TJ); e outro com as apresentações institucionais dos governos estadual e municipais da Grande Ilha, que também contou com a manifestação de pessoas da sociedade civil.

    O que é Ipadê

    O Ipadê é um ritual de grande importância nas religiões de matriz africana, que significa reunir para celebrar e reverenciar os ancestrais, cultuando suas memórias reconhecendo sua importância para o presente e o futuro da comunidade.

    Foi com base nos princípios do Ipadê que surgiu a proposta de reunir os povos tradicionais de terreiro, órgãos governamentais, parceiros e instituições do sistema de Justiça e Direitos Humanos para uma agenda interinstitucional.

    O evento é realizado pelo Coletivo Dan Eji em parceria com a DPE/MA, DPU/MA, Comitê de Diversidade pela Garantia de Direitos Humanos e Ministério Público do Trabalho (MPT). A iniciativa também conta com o apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço CESE, do Fundo Elas e do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

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